21/06/24 | Augusto Biason - CRSC  | 
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Trabalho reúne esforços de apenados e voluntários na triagem e distribuição de doações no Fundo Social de São Paulo
Voluntários e prestadores de serviço organizam donativos no depósito do Fundo Social de São Paulo
Donativos organizados no depósito do Fundo Social de São Paulo aguardam envio para as áreas afetadas pelas enchentes no RS
Prestadores de serviço à comunidade, encaminhados pela Central de Penas e Medidas Alternativas (CPMA), da Coordenadoria de Reintegração Social e Cidadania (CRSC), vinculada à Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), estão contribuindo na campanha humanitária do Fundo Social de São Paulo em prol das vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
Desde o início de maio, esses prestadores têm atuado na triagem de roupas, separação de itens de higiene e limpeza, organização de alimentos, além do carregamento e descarregamento de caminhões que transportam os donativos. A colaboração desses prestadores é coordenada em conjunto com voluntários regulares, somando esforços para garantir a distribuição eficiente dos recursos arrecadados.
Satisfação em ajudar
Márcio*, um dos prestadores de serviço, ficou um pouco impressionado com a quantidade de materiais que foram doados. “É legal observar como o nosso povo é bem solidário nesses momentos de crise. Eu realmente fiquei muito impressionado e, ao mesmo tempo, muito feliz em saber que a gente consegue se mobilizar em grandes proporções quando acontece uma tragédia desse tipo. Isso que é fundamental”. Ele destacou a diversidade dos itens recebidos, incluindo roupas, alimentos e até casinhas para pets.
O prestador, que está auxiliando os trabalhos há duas semanas, relatou o cansaço físico, mas também a satisfação de ajudar. "É muito cansativo, porque a gente carrega muito peso, tem muito caminhão que chega para descarregar e carregar. Mas ele é engrandecedor, porque ao mesmo tempo que você está ali exaustivamente trabalhando, você sabe que você está cumprindo uma missão que vai de alguma forma ajudar milhares”, observa Márcio.
A solidariedade demonstrada pela população surpreendeu Márcio. “Eu sei que existem essas manifestações de ajuda, mas eu jamais imaginaria que que seria uma proporção assim, nesse nível. Isso aqui é enorme, é gigantesco. Não só o fato das doações, mas da quantidade de pessoas estão contribuindo para a gente poder fazer essa triagem”, destaca o prestador de serviços comunitários, reconhecendo o esforço de todos os envolvidos na cadeia de distribuição.
Para ele, apesar do esforço físico, contribuir com a ajuda ao povo gaúcho o faz se sentir bem. “Eu estou muito feliz de poder contribuir. Me sinto bem mesmo. Enquanto eu puder, eu vou ajudar, até os braços aguentarem. Mas é isso aí, vale a pena”, completa Marcelo.
Para Sônia*, outra prestadora de serviços que está auxiliando na triagem das doações, poder ajudar na campanha humanitária é envolvente. “É gratificante quando você começa a ajudar e vê o tanto de coisa que tem para fazer, não dá vontade de parar. A necessidade do pessoal é muito grande. Tudo o que passa por aqui com certeza vai ter um valor para eles começarem a recuperar, porque perderam tudo, perderam a vida, a história, família”, pontua.
A prestadora, que já tem experiência em voluntariado, destacou a importância da ação, especialmente em situações de emergência. “Não dá cansaço, não dá sono, não dá nada, porque a gente sabe que tem gente do lado de lá esperando. É muito gratificante saber que você pode, ainda que de longe, contribuir, ajudando da forma que dá”.
Até o momento, foram enviadas 101 carretas para o Rio Grande do Sul, totalizando mais de 1,5 milhão de toneladas de ajuda humanitária. Desde o início da campanha, 12 prestadores de serviço à comunidade já participaram das atividades no depósito do Fundo Social.
A Coordenadora de Reintegração Social e Cidadania, Carolina Passos Branquinho Maracajá, destacou a importância da prestação de serviço à comunidade como uma medida educativa que busca promover a responsabilidade social e o desenvolvimento pessoal. “A participação dos prestadores na triagem das doações destinadas as vítimas da tragédia do Rio Grande do Sul desempenha um papel fundamental na eficácia da ajuda humanitária, reforça o sentido de comunidade e de apoio mútuo”, enfatiza.
“Estamos formando cidadãos mais conscientes e comprometidos com o bem-estar coletivo. A ação não alivia apenas o sofrimento imediato dos necessitados, mas também planta sementes de solidariedade e responsabilidade social duradouras”, completa a Coordenadora.
O Fundo Social de São Paulo agradeceu a SAP pela parceria e envio dos prestadores de serviço. “A colaboração de todos é fundamental para a eficácia das ações de ajuda humanitária, garantindo que os recursos cheguem rapidamente a quem mais precisa”, destacou Cristina Prado, chefe de gabinete do órgão.
A campanha humanitária continua recebendo doações e voluntários para manter o fluxo de ajuda às áreas afetadas. O trabalho conjunto entre a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), diferentes setores do governo e a sociedade civil tem sido essencial para o sucesso das operações de socorro.
Prestação de Serviço
A Prestação de Serviço à Comunidade (PSC) é uma medida alternativa à pena privativa de liberdade, onde o apenado presta serviços gratuitos à sociedade, em instituições públicas ou entidades assistenciais. As Centrais de Penas e Medidas Alternativas (CPMAs) são responsáveis pelo encaminhamento desses prestadores, contribuindo para a reintegração social dos indivíduos e para o benefício da comunidade.
Por meio da PSC, é possível promover a reintegração dos apenados, realizando trabalhos de acordo com suas habilidades e profissões, ao mesmo tempo que se atende às necessidades da comunidade.
* Os nomes foram alterados a pedido dos prestadores de serviço à comunidade.