10/01/12 | Veruska Almeida - Assessoria de Imprensa - SAP
Detentas da Penitenciária Feminina da Capital apresentam musical
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“Superando os problemas é que a gente cresce, trabalhando duro a vitória acontece. Se não acredita em mim, vê se me esquece. Mereço uma chance, quem não merece?”, paródia da música “Mas que nada” – Black Eyed Peas, por Fábio Boca voluntário e rapper do projeto Almas em Movimento.
Foi em um palco improvisado na capela da unidade e com plateia lotada, que as reeducandas da Penitenciária Feminina da Capital emocionaram a todos os presentes na apresentação de final de ano do Projeto Voluntário Almas em Movimento.
O musical de 2011 contou com a participação de 47 alunas, 11 brasileiras e o restante do elenco estrangeiras vindas de mais 19 países. Desenvolvido há quatro anos em parceria com a direção da unidade, o programa recebeu menção honrosa pela participação no Concurso Prêmio Nacional de Boas Práticas promovido pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP).
Era uma vez...
Há muito tempo vivia na cidade de Basrah uma jovem chamada Fahima, o significado do seu nome é: aquela que compreende. A princesa das estrelas vive uma paixão cega, engravida e é abandonada. Desorientada pelo caos em que se encontra a sua vida atual, ela sai à procura do seu “verdadeiro” tesouro, ou seja, do seu retorno a si mesma.
Mulheres de diversas origens cruzam seu destino e através de suas experiências, tentam indicar à Fahima, o caminho da sua busca. Mas apenas quando a princesa chega à montanha mais distante e depois de muita procura ela descobre qual é o seu verdadeiro tesouro: a felicidade está em celebrar e agradecer.
Para a coordenadora do projeto Mônica Jurado, a estória escolhida não é pertinente apenas às mulheres encarceradas, mas as de todas as idades, religiões e culturas. “Ao cantarmos e dançarmos nossas dores e tesouros, acabamos por compreendê-los melhor, sobre todos os aspectos”, reflete Mônica.
Ainda segundo a coordenadora, a intenção do programa é revelar o delicado e corajoso universo feminino, suas conquistas e ambições internas, levando assim um outro olhar ao mundo extramuro.
Com duas aulas semanais de 1h15 de duração cada, o projeto proporciona às reeducandas o aprendizado de técnicas de voz e palco, dança do ventre, percussão, flauta, circo, princípios de cenografia e iluminação, a fim de lhes possibilitar todas as ferramentas necessárias para uma montagem cênica avançada.
Os diversos voluntários, cerca de um para cada seis a oito alunas, possuem formação artística e procuram estimular a produção de poemas e músicas, que costumam ser utilizados nas produções, além de dar expansão ao talento e aptidão natural de cada uma.
O musical de 2011 ainda não é o resultado final. O processo deverá avançar em 2012. A ideia é continuar na busca por encontrar os fragmentos esquecidos no decorrer das histórias dessas mulheres que muitas vezes deixam para trás suas verdadeiras essências e se esquecem de quem realmente são.