Caio Daniel - CEPRNOROESTE
A escola da Penitenciária I “Dr. Walter Faria Pereira de Queiroz”, do Complexo Penal de Pirajuí, se transformou em um grande museu do agreste brasileiro. Figuras como o cacto, popularmente conhecido por sobreviver a ambientes secos, a sanfona e o chapéu de couro do cangaceiro, eram facilmente encontradas na exposição que homenageou a obra “Vidas Secas”, do autor alagoano Graciliano Ramos.
Idealizado por professores da escola vinculadora da Unidade Prisional, o Sarau Literário, ocorrido em novembro, reuniu um acervo de pinturas, recortes, colagens e apresentações de música, teatro e poesia – tudo isso para valorizar a cultura nordestina. “Nosso intuito é mostrar a riqueza cultural dos estados do Nordeste do Brasil”, explicou um dos reeducandos envolvidos no projeto.
O projeto multicultural envolveu todas as matérias da grade curricular dos alunos da escola, a fim de promover o aprendizado de cada disciplina utilizando o tema proposto. O objetivo é que os detentos possam aprender sobre as regiões do Brasil e suas diversidades.
Para Cleuber Mantovanini, Chefe de Departamento do Complexo Penal de Pirajuí, a atividade ajuda a preparar os reeducandos para o retorno ao seio social. “A iniciativa auxilia no processo de reintegração social dos sentenciados, tendo em vista que a educação pode transformar realidades e abrir novas portas para o futuro”.
O Sarau Literário da PI de Pirajuí já é tradicional entre servidores do sistema prisional e professores, e já consta no calendário oficial da escola da unidade a fim de valorizar a leitura e a arte como meio de reconstrução, esperança e expressão cultural.
