Sonia Pestana - Coremetro
Organizações Não Governamentais (ONGs) promoveram ações de atendimento médico em unidades prisionais da Coordenadoria de Execuções Penais da Região Metropolitana de São Paulo durante o mês de dezembro de 2024. O trabalho voluntário é viabilizado por meio do Serviço Regional de Atenção à Saúde da População Prisional que conta com o apoio da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).
As ONGs Boas Energias Mudam o Mundo (BEMM) e Sementes da Saúde vêm se consolidando como parceiras do sistema penitenciário. Juntas elas viabilizam a presença de profissionais especializados de saúde para o trato da população privada de liberdade.
O diretor geral do Centro de Detenção Provisória (CDP) II “ASP Willians Nogueira Benjamin” de Pinheiros, André Luis Santini Bisterso, destaca que o trabalho desenvolvido por essas organizações contribui para uma execução penal digna e respeitosa.
De acordo com o dirigente, a equipe da Sementes da Saúde atendeu 53 presos nas mais diversas especialidades. Para ele, a ação de saúde é de grande importância no sistema penitenciário, pois promove uma digna execução da pena e contribui significativamente para o bem-estar e a reintegração social dos reeducandos.
No Centro de Progressão Penitenciária “Dra. Marina Marigo Cardoso de Oliveira” do Butantan 16 reeducandas foram beneficiadas pela ação do BEMM. Segundo a diretora geral da unidade, Rosângela dos Santos Silva de Souza, a ONG prestou atendimento nas áreas de psiquiatria, psicologia, fisioterapia pélvica, clínica geral, dermatologia, ginecologia, infectologia, além de pediatria e enfermagem.
Saúde dos idosos
Uma ação inovadora foi realizada no CDP I “ASP Vicente Luzan da Silva” de Pinheiros para idosos privados de liberdade. A equipe do BEMM realizou 60 atendimentos englobando triagem cognitiva, atividade física e roda de conversa sobre prevenção de doenças oncológicas e de Infecção Sexualmente Transmissível (IST). Todas as condutas foram feitas por médicos, psicólogos e fisioterapeutas. Na oportunidade, a entidade capacitou quatro reclusos para servirem como multiplicadores na população prisional.
A unidade também contou com o apoio da Vigilância Epidemiológica da Lapa por meio de duas palestras de saúde. Com sólida atuação em conjunto com as Unidades de Vigilância em Saúde (UVIS), as palestrantes trabalharam com o enfoque da saúde do idoso no sistema prisional. Uma das explanações foi feita pela médica Maria Helena López de Campos.
Sobre o tema “Sífilis e Demência”, outra representante da Vigilância Epidemiológica da Lapa, a médica Viviane Cristina Mendonça, transmitiu importantes informações. Segundo o diretor geral do CDP, Guilherme Augusto Mesquita Nogueira, aproximadamente 400 pessoas privadas de liberdade tiveram a oportunidade de receber as orientações.
Em paralelo, membros da igreja Telestai encabeçaram uma Escuta Assistida e Roda de Conversa Musical com os reclusos idosos. Participaram das ações cerca de 20 presos.