Samuel Bruni - CEPRCENTRAL
Com mais de duas décadas de existência, o Projeto Semear, desenvolvido na Penitenciária II de Sorocaba, é um exemplo bem-sucedido de como o trabalho com a terra pode gerar transformação social e ambiental dentro do sistema prisional. A iniciativa, que começou em 2002, vem sendo aprimorada ao longo dos anos e, hoje, se destaca pela produção mensal de 10 mil mudas de plantas ornamentais, de mais de 100 espécies diferentes.
A produção é realizada por Pessoas Privadas de Liberdade (PPL), com ênfase na inclusão de idosos e indivíduos com deficiência, que encontram no cultivo uma oportunidade de aprendizado, ocupação produtiva e até mesmo terapia durante o cumprimento da pena. Mais do que florescer jardins, o projeto semeia dignidade e esperança.
As mudas produzidas são utilizadas na própria Unidade Prisional, contribuindo para um ambiente visualmente mais leve e acolhedor. Além disso, são doadas a outros estabelecimentos penais e órgãos públicos, ampliando o impacto social e ambiental da ação.
Funcionando de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, o projeto alia disciplina, cuidado com o meio ambiente e ressocialização. Para os participantes, além da remição de pena prevista em lei, a iniciativa representa a possibilidade de aprender uma nova profissão e cultivar, com as próprias mãos, a experiência de produzir vida.
O Projeto Semear demonstra que ações simples, porém bem estruturadas, podem proporcionar oportunidades concretas de crescimento pessoal, beneficiando tanto os sentenciados quanto a sociedade como um todo. A iniciativa também conta com o apoio de empresas parceiras, que reconhecem a importância de contribuir com o processo de reintegração social no sistema penitenciário.
A Polícia Penal do Estado de São Paulo, em conjunto com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), tem atuado como agente transformador na execução penal, promovendo projetos como o Semear, que geram resultados concretos na reintegração social de Pessoas Privadas de Liberdade.