Tatiane Horie - CEPRNORTE
O Centro de Ressocialização Feminino de Araraquara realizou, na última sexta-feira (10), a apresentação da peça teatral “A Chegada da Primavera”, em alusão à campanha Outubro Rosa. A iniciativa, que envolveu 13 reeducandas, foi concebida como uma ação cultural voltada à valorização da mulher em situação de privação de liberdade, incentivando autoestima, criatividade e reflexão por meio da arte.
A peça abordou o ciclo das Quatro Estações do Ano, com ênfase na primavera como metáfora de renovação, esperança e transformação. A encenação não apenas promoveu uma vivência estética, mas também contribuiu para o desenvolvimento de competências socioemocionais fundamentais ao processo de reintegração social, como disciplina, cooperação, empatia e superação de adversidades.
Para a Policial Penal Eliane Cristina da Silva, responsável pelo setor de Formação Educacional, Trabalho e Capacitação Profissional, a atividade representou muito mais que um momento cultural. “A arte, nesse contexto, consolidou-se como meio eficaz de reconstrução de trajetórias, oferecendo às reeducandas a oportunidade de se expressarem, refletirem sobre suas histórias e vislumbrarem novas possibilidades de futuro”, destaca.
A produção do espetáculo contou com o empenho coletivo dos servidores da unidade, que atuaram na organização do espaço cênico, montagem de cenários e apoio logístico. A execução instrumental da trilha sonora foi realizada pela Policial Penal Rafaela Patricia Goiano de Souza, garantindo ainda mais sensibilidade e profissionalismo à apresentação.
O projeto também teve o apoio de integrantes da comunidade externa, com a participação voluntária da professora de teatro Silvia Regina do Nascimento Qualhareli e da professora de dança Fernanda Martins Ferraz Rodriguez, fortalecendo os laços entre Polícia Penal e a sociedade civil.
A Chefe de Divisão Edna Sizuka Takahama ressaltou a importância de iniciativas como essa para a promoção da dignidade e ressocialização das mulheres privadas de liberdade: “Acreditamos que a arte e a cultura são ferramentas poderosas de transformação.
Atividades como esta resgatam a autoestima, promovem a escuta sensível e despertam um novo olhar sobre si e sobre o futuro. Ao proporcionar esses momentos, contribuímos para a reconstrução da identidade e para o fortalecimento do processo de reintegração social”, afirmou.